quarta-feira, 31 de março de 2010

Vamos ajudar?

O ano era 2002. Eu tinha 13 anos e estava na oitava serie. Na escola tinha uma festa chamada CRIARTE, e minha turma apresentaria uma peça baseada no livro "Enquanto houver vida viverei", que contava a historia de um jovem que era contaminado pelo HIV.
A professora de redaçao, Daniela, disse que precisariamos fazer laboratorio. E eu havia sido contemplada com dois personagens. A medica que cuidava do personagem principal e sua vizinha, uma fofoqueira totalmente preconceituosa. Ia a dois extremos em menos de 5 minutos.
Lembro que na epoca eu era a gordinha feia, que se meteu a se misturar com os poderosos da turma. Os mais magros, bonitos e populares.
Eu estava ha tres noites sem dormir, com medo do que veria no tal laboratorio. Naquela mesma semana, o Fernandinho Beira-Mar havia comandado sua maior rebeliao num presidio. E o local onde fariamos o laboratorio ficava praticamente em frente ao Palacio Guanabara, ou seja, a casa do Governador do Estado. Ate entao a viagem estava o maximo. Longe a beça de casa, passamos praticamente dentro do sambodromo e na chegada um monte de carro da policia parados na porta do Palacio.
O sol estava de rachar, e eu so conseguia olhar pro chao. Enxergava meu tenis All Star surrado, que o cadarço de braco estava preto. Foi entao que ainda olhando pro chao, entrei num dos melhores locais que ja fui na minha vida. A Sociedade Viva Cazuza.
As tres noites sem dormir, eram por medo de ver pacientes em fase terminal. Mas nada disso encontrei la. Me sentia dentro de uma escola de educaçao infantil. Com um quintal cheio de brinquedos, crianças numa salinha estudando. Conhecendo mais os comodos, vi quartos, todos impecavelmente arrumados, que fizeram com que eu sentisse vergonha da bagunça que e o meu. Toda aquela assistencia, carinho, atençao recebida. Em momento algum senti tristeza, parecia que eu estava num paraiso. Ironico dizer isso, mas ali estavam crianças com uma doença que as condena a morte, e elas nao exibiam nenhuma tristeza... Apenas a vontade de viver.
Sai de la leve, encantada com tudo que vi. E com a certeza de que voltaria la um dia. Ate hoje nao voltei.
E acabei de ver uma açao no Twitter pra ajudar a Sociedade a sair do vermelho. Se cada um de nos puder doar R$2,00 ja e uma ajuda e tanto.
Voces sabem que so boto aqui o que gosto e o que acredito. E eu acredito nessa instituiçao.  E um trabalho lindo, quem puder ajudar... A galera aqui do Rio que quiser conhecer, va com certeza.Tenha certeza que sera muito bem vindo. Muitas crianças tem tido uma vida melhor graças a esse projeto.
Quem Quiser conhecer mais e quiser ajudar e so entrar no site e saber como proceder http://www.vivacazuza.org.br/ e siga no Twitter @VivaCazuza

Bem, a peça foi um sucesso... Infelizmente nao tenho fotos da visita, ficaram todas com a professora e da peça acho que tenho algumas fotos perdidas aqui em casa.
Depois disso, passei a conhecer mais quem foi Cazuza.
Somos filhos unicos, com necessidade de fazer escritos com as coisas doidas que passam pelas nossas cabeças. Sempre mostrando o pior de nos, antes do melhor. Quem gosta do meu pior, com certeza vai adorar o melhor. Aprendi a ser minha flor, meu bebe... Protegi nomes por amor, carente profissional ao extremo, exagerada, buscando uma ideologia, sempre tenho um cara consumindo a mim e a tudo que eu quis, ja precisei dizer que te amo, uma maior abandonada... Tudo isso faz parte do meu show.
E sempre que estou mal, tendo crise, boto ele pra cantar O mundo e um moinho pra mim.

Conto com voces... Vamos ajudar a quem esta precisando ter dias melhores. Vamos ajudar a Sociedade Viva Cazuza a sair do vermelho.

2 comentários:

Juca disse...

Moro em Sampa e ainda não tive oportunidade de conhecer, amo tanto o Cazuza...desde as músicas até a história de vida. Esse post me deixou mais ansiosa pra planeja minha ida ao Rio (nunca fui!).
Ahhh...adoro d+ seu blog!

bjos

Cássia disse...

JUCA
Tbm amo e um dia quero voltar la...
E ajudar tbm...

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Para honra e glória.

Para honra e glória.